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Mostrando postagens de outubro, 2011

Eu quis escrever uma poesia

Eu quis escrever uma poesia. Uma poesia que fosse lida do norte ao sul, por vivos e mortos.Esta seria diferente , com versos infinitos e rebuscados.Não sei bem ao certo , se falaria de dor ou de morte ; de sair ou de ficar ; de azar ou sorte. Só sei que a quero e que ela me dê a mesma felicidade que encontro em quem me inspira para escrevê-la. A minha poesia deveria vir do mar   , salgada pelos desejos dos pescadores ansiosos   pelo melhor cardume.Que derramasse lágrimas e se misturasse aos raios do sol , confundindo-se com os reflexos do céu de Abril. Seria leve e levada pelo vento do fim de uma tarde nunca antes vista , unindo o negro e o branco ; a paz e a guerra ; o choro e o riso. De ante mão , não partiria de mim , mas de todo o meu ser. Seu som seria mais forte que um estampido de um tiro , vido do mundo dos renegados e mais claro que a exclamação penetrante de um trovão anunciador de uma tempestade.Levantaria todos de seu ´´descanse em paz ` , e tornaria vivos em imortais , qua

O passeio

Fui passear por aí comigo mesmo.Lá , assisti um pôr do sol de Abril em um daqueles dias límpidos de outono.O rosa alaranjado no fim da tarde iluminada pelas luzes da cidade e pelos raios de uma tempestade para os lados de Marte formava uma paisagem majestosa , uma linda visão diria eu.Estava excêntrico e minha alma transpirava calma e extrema lucidez. O cenário poderia até ser pintado por um artista com inspiração divina , que retrataria com precisão todos aqueles detalhes. Ao longe proseando com moças e rapazes , que estavam interessados nas respectivas moças estava Vinicius , não o Moraes , mas sim o modesto , que vendia côco para ganhar a vida.Observei-o por instantes , mas depois minha atenção foi direcionada para outro lugar:O nada.Longe o bastante para quase me perder.E veja , me perdi em meus atos anteriores e a lamentação de ter me negado a realizar outros   , me transpassou   , submergindo em profunda e negra angústia.Continuei andando lentamente   , e deixei pegadas de reflex

O último verso da colina

Sob o vale repleto de sombras ,o hospedeiro o segurava como podia e prendia-lhe com os dedos , que pareciam correntes da bastilha francesa.O vento assobiava na colina , amedrontando todos que ouviam e tirando deles suspiros de pavor.Em poucos minutos todas as portas e janelas estavam fechadas   , como sinal de prevenção.Inútil ato , pois nada poderia conter aquele sopro   , que vinha de boca aberta   ,mostrando os seus dentes e cuspindo peçonha mortal e dilaceradora de desejos.As preces eram ouvidas mesmo assim , e colidiam umas com as outras , não passando do teto das casas.O vento era um forasteiro , endiabrado, com os olhos revigorados e causador de revoltas.Ele , já havia rasgado a constituição ,   eliminado trovas e relíquias do amor   , as quais atravessaram séculos e escaparam de outros ventos indomáveis. O hospedeiro lá estava   , abaixado de frente para o vale   , contorcendo e acalentando seu eu-poético   , para que não ficasse traumatizado.Suas mãos suavam e as unhas roídas

Sob linhas

Oh, formosas linhas que me abrigam sem cobranças. Dou-lhes em troca , a métrica perfeita   o tom de amor mais amável. Puro....como o som da voz de   Deus , que escreve certo sobre ti , um poema para mim. Te mancho com minhas lágrimas , ao escutar minha voz. Eu canto para mim mesmo ,para marcar supremamente o inóspito e sincero papear de meu dom.

Ontem fui preso

Ontem .....fui preso no imediato do meu querer, e quando minha inocência estava virando crime oculto.Estou detido em uma prisão sem grades, apenas cercada por um resplendor de água   e sem limites. Neste cárcere , não sofro pelo amanhã , mas , me constranjo com minha própria sensibilidade interior.As paredes são sem pedras   , delicadas e exibem seu sorriso , quando as encaro de forma direta.É apenas escuro quando fecho meus olhos para tentar sonhar e eternizar tudo isso.Fui capturado com uma simples ação e tive o direito de permanecer calado e guardar minhas tiradas para uma futura declaração. Irei declarar para todos   , que meu caso é culposo , pois não tive a intenção de amar.Meus passos seguiram aquelas pegadas e quando menos esperei , já estava em situação de flagrante . Um olhar sereno , profundo e consumidor , que me deixou sem ação e travado sob meus próprios   desejos . Preso por inteiro , acusado de ser atraído e envolvido pelo brilho mais forte e intenso que uma alma desabr