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Mostrando postagens de março, 2016
O balançar dos lábios ao dizerem eu te amo gerou o fruto do confiar. Confiar muito além do pensamento e abrir mão dos traumas das velhas mentiras. Talvez, o ego seja uma pedra, aquela que nos derruba, porém o confiar nos deixa de pé. Que falte o ego, mas não falte a verdade, pois o coração sempre agradecerá por não bater em vão.
           Foi assim durante quase todas as manhãs em que o frio ou calor me sucumbiram ao ponto máximo da exaustão: parar e pensar; sentar e levantar; rodopiar em pensamentos forasteiros e chegar à conclusão de que o tudo e o nada de barriga cheia. Porém, apesar de estar nessas manhãs, não me recordo de todas as noites.           As noites foram xícaras de café empilhadas no silêncio, contudo fazendo grande estrondo ao caírem desoladas no chão empoeirado e encardido, como as tais xícaras.           O café nem era tão importante. Aproveitava enquanto a fumaça cinza me encantava com o vapor, entretanto depois, mesmo sem ter entornado o café em meu estômago, já pedia outra xícara, repetindo o mesmo ritual.           Alguém sempre passava e questionava sobre a cena, porém não pagava a conta, então, já que meu bolso seria esvaziado, apenas olhava e lambia o bigode amargo.           E ouvia: -Nossa! Viciado em café, mesmo! Pensava comigo: - É... e você é viciado em não ter o que
Às vezes até penso que tudo poderia acontecer de uma vez. Pois, para quê horas, dias, meses e anos? Para quê manhã, tarde e noite? Seria muito mais fácil viver sem a ansiedade de tantos momentos e atos que vêm gradualmente... gradualmente, nos fazendo esperar. Colocar tanta expectativa em tudo! A sensação de colocar tanta expectativa em tudo e sentir que menos as coisas dão certo é lúcida e às vezes chega a beliscar nossas vistas. Mesmo assim, insistimos... e como insistimos em colocar tanta expectativa e esperar. Mas também é possível ver grande positividade em tantas divisões de tempo e momentos, pois todas essas transições servem para crescermos e sermos modificados. Basta observar o começo ruim de uma manhã, cuja a noite foi temerosa. A tarde leva aquele ranço, os instantes maléficos e os suspiros ardentes do descontentamento, e é quase certo que a noite traga a serenidade, ou a outra manhã, pois nenhum sofrimento é eterno. Para isso, existem as tempestades e as calmarias,
Os olhos invadiram Atravessaram a porta da timidez e quebraram as janelas do silêncio Os vidros se estilhaçaram, se espalhando e virando pó. Meus pés pisaram e sentiram as ranhuras As batidas do meu coração despiram-me de minhas lamúrias, e as roupas ficaram no chão como os cacos de vidro Com o corpo em brasas fui levado para a nuvem mais alta e talvez a mais esquecida dos olhares Fui vítima do meu próprio sentido, e nada mais fazia sentido Mas, por que haveria de existir sentido? Tudo começou com um olhar, então por que o sentido é tão importante? Fui atraído e me joguei sem olhar para baixo. O abismo me pareceu atraente. Pareceu ser cheio de vida no final. Eu estava caindo no meu próprio abismo antes disso. No vazio que se fez dentro de meu tudo. No momento do olhar, a única ação possível foi olhar... somente olhar Fui tomado, levado para longe. Longe de tudo, todos e somente perto do olhar A cor invadiu meu fosco e brilhou como a última estrela que me viu sorrir Sai num piscar de ol
De todos os amores dos verões que aqueceram o coração. De todas as manhãs que trouxeram as tardes, e todas as tardes que trouxeram as noites. De todo o vento que trouxe o frescor. A chuva a inundar a alma inteira. Todo meu coração invadiu a imensidão silenciosa e as cores se perderam quando o sol se pôs. De todos os quartetos dos sonetos de amor. De tudo, de todos. De todo o afago que senti e de toda a letra da canção. Dou-lhe um sim e um não, mas dou-lhe meu coração.
Não sou mais o mesmo. E a culpa é toda sua! Tu... com esses olhos tão profundos como o silêncio de sua ausência. Não sou mais o mesmo. Me tornei chato e inútil para mim mesmo. E a culpa é toda sua! Tu... com esse falar interminável, que enlouquece-me e embriaga-me, fazendo com que nem minhas pernas se entendam. Não sou mais  o mesmo. E a culpa é toda sua! Tu... com a presença mais perfeita e o toque mais pavoroso para a solidão. Não sou mais o mesmo. E a culpa é toda sua! Seus passos me guiaram e me levaram para a minha perdição, ao ponto de exclamar: - SEM TI, ESTOU PERDIDO! Não sou mais o mesmo. E a culpa é toda sua! Tu... com tudo o que tens e que és. Não sou mais o mesmo. E a culpa é sua! Tu... com seu sublime amor e ardor, fizeste com que eu me apaixonasse por mim novamente depois de descobrir o sorriso que em uma manhã me acertou. Não sou mais o mesmo. E a culpa é toda sua! Tu... que minhas palavras roubaste, somente podendo agora dizer que a culpa é toda sua.
Penso em amor, mas amor com temor humano. Contudo, amor de fato, irracional e libertino. Amor que queima e tenta é sem temor! O Temor acaba com a distância e pede licença ao perigo para poder ser vivido. Temo o amor um dia acabar, mas amor irracional e libertino pode ser eterno, pois a vida do amor acaba quando se percebe que somos humanos. Quem é humano teme e o temor é o erro do humano. Ah... errar é humano também! Quem abre mão de ser humano para amar é imortal por isso, e a recompensa de um amor sem temor são os melhores dias!
Em águas mansas me deleito, pronto, aberto e sedento pelo consolo do vento a pairar sobre ti. Ao alento da graça de seu olhar, busco chegar e eternizar, pois o vasto silêncio de sua ausência tenta me ensurdecer. O manso e lento gorjear de suas águas refrescam-me, porém isso a eles não serve de prazer. Os temores querem o pavor. Querem que sumas, para a ausência tornar-se um peso para os ombros. Querem que cantes em outros corações, pois de paz em paz virava eu a sombra do esquecimento pronta para sumir. Nessas águas tão claras quanto a certeza da paixão que em devaneio me envolve, manso e humilde preciso banhar-me; preciso estar e fazer mais uma vez o tempo parar.
Fiquei na estranha espera da noite chegar.  Contando as horas e até os segundos. Embora, talvez, fosse o único a esperar, ainda assim esperei.  A noite, às vezes é ingrata e ignora. Quanto menos chega, mais a quero. Mas, por que? Porque ela trará você!
Devo eu ao fim chegar e mais uma vez a fala na poesia indagar: -Maldito pensar, causador do confuso pensar. Por que deveria eu tentar não ter-te em minhas ações? Por que deveria eu, em vão tentar não te amar? Pois, afinal, pra quê pensar tanto? Pensas em mim quando pensas? Era só isso que eu queria indagar!
Prefiro que meus olhos estejam perdidos. Perdidos, dando a sensação de estar sem chão, como cão sem dono. Perdidos, querendo o refúgio e o conforto dos passos que quero seguir. Prefiro estar atônito e em profundo choro, pois perdido me encontro e me encontro em seus passos, traços e laços do olhar. Aquele olhar em que me perco e me encontro.
Serei eu errado por temer? Temer amar... mais uma vez amar!
Maltratas meu coração, gritando ao amanhecer. Senta em cima e chuta-o antes de o deixar falando sozinho. Fere-o...  Então, por que ainda assim te dou todo o meu amor? Gritas e ironiza as palavras que na noite inteira penso. Arranhas-me com suas crises ásperas de ciúmes. Se sentes ciúmes é porque se importa comigo? E nessa contradição vou te amando e amando de forma quase única, pois o amor existe;; pois o amor nasce e quando nasce, só morre quando ele quer.
O confuso do tempo é o fato de nunca parar. Por alguns, passa rápido, mas por outros passa lento. Passa o tempo e o tempo para, mas não para de passar!