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Mostrando postagens de junho, 2014
De longe parecia incerto. Fulgor, nascer do sol, sorriso de uma pétala, porém incerto. Trincar os dentes cada vez que o coração acelerava. Complexa reação, humana reação. Vai e vem dos passos, como a onda que colore o mar. Passos juntos com o olhar... Desconfiado, apavorado e pouco lúcido. Incerto. Forte, contudo incerto. Uma rosa com espinhos, Terra molhada... abismo se abrindo. Incerto. Meiga respiração... peito inflando... estômago revirando. Punhal no coração. Incerto, porque de longe, foi apenas impressão.
O som era insuportável, porém misterioso. Onde estava? De onde vinha tamanha ansiedade? De um lado ao outro, o céu incomodava-se. As corujas e os morcegos; até o corvo estava assustado. Com o negro do voo tentava entender. Uma voz. Um pedido. Mas, de quem ou do quê? Anunciaram que vinha do cemitério, de uma das frias tumbas. Abaixo do olhar da terra seca. Agora, ouvidos atentos. Olhos esbugalhados, quando por fim houve o entendimento: - Tirem-me daqui... eu preciso dizer o quanto a amo!
No alvorecer embriagado,  as nuvens escondem sua face. O canto simples chama seu nome  como única saída para um caminho sem chão. Gentilmente as linhas da palma da minha mão se cruzam. Escondo-as de minha confusão mental,  e o que sobra é o retrato em branco,  cansado do esforço que fiz para tentar esconder que minha alma,  calma e a outra palma pertencem a ti.
Matam-se aos poucos. Doutrinas anormais. Mata-se uma flor, a única rosa que restava para traduzir amores sem iguais. Esperam as manhãs e as maçãs. Comem com ardor, quando chega a primavera. Matam-se, mata-se e até alguém morre pelo direito de morrer.

...janeiro...

E o janeiro passará como sempre. Com o mesmo EIRO de sempre. O mesmo cheiro de sempre. O mesmo 31 de sempre. O pedreiro assobiará pro tempo logo passar Construir, destruir o passageiro e sem sombra. Podem contar os tijolos e os grãos de areia,  porém o lento término do janeiro será incontável, costumeiro e estreito.