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Mostrando postagens de junho, 2013
Eu tentei.Tentei de tudo. Fui  no sol e na lua, comprei uma estrela e roubei outra. Corri de marte a saturno e de Vênus a netuno. Colori o céu várias vezes até ficar azul. Plantei bananeira do norte ao sul e comi todas as bananas. Limpei a galáxia com pano de chão, matei um unicórnio. Não, não, ele não morreu, apenas perdeu o chifre. Fui à Grécia, dancei com Atenas – a deusa da guerra, que me presenteou com amor. Afrodite é linda, mas o amor acabou. Voltei pra minha cama, acordei desse sonho, e o mai revoltante é que de todo esse tempo, ainda não entendi a vida.

Seu sorriso e o vagalume

Quando o seu olhar me atraiu, meu sabia que algo mais iria encontrar. Faltava descobrir, abrir todas as portas e os seus mistérios destrancar. Com calma, sem pressa alguma, apreciando sedento todas as formas e estruturas de seu falar. Com os anjos conversei, pois sua linguagem só poderia vir do céu. Prosa mansa envaidecida de amor, invadindo todo a todo tempo os sentidos dos pardais, e os fazendo cantar. Aproximei-me, fui mais alto sem ter medo de cair. Minha queda seria minha salvação, porque na certa, cairia nos montes verdejantes de seus braços. Enfim, seu olhar me moldou, arrancando as vendas que provavelmente me fizeram entrar. Quando as tais vendas caíram vi, então o seu sorrir. Acima de qualquer aurora ou lua cheia. Pouco de mim mostrei, porém tudo de ti estava bem perto, bem aqui. Ele coloriu o mar e a terra. Encantou o centro da terra  remota e pintou o vento, fazendo-o trocar de roupa. Sorria, vamos em frente. A r

Uma metáfora chamada mulher

É o vento que sopra na ladeira. A brasa viva que incendeia a lareira. O vasto vale de grama verde e aroma de jasmim beliscado pelo beija-flor. É o preto, o branco e a mistura de muitas cores. A voz da sereia, o encanto do mar revolto e o gosto de mil sabores. É a curva e reta; côncavo e convexo. O fácil e o complexo; o frio e o quente, que espanta as velhas dores. É a doença e a cura, a doce valsa que o sal mistura. Areia branca, céu azul, pedra sobre pedra e mistério incomum. Metáfora... Mulher pra quem o tempo dei. Chamada mulher, pura metáfora. Mulher e metáfora, e por ela me apaixonei.

Beijo egípcio

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Como dunas quentes o olhar  personificou os sentidos do andarilho  refém de suas pegadas. O calor atormentou os pensamentos  e a salvação estava no ventre coberto por charme da dançarina misteriosa,  que atraiu o pobre homem. Desgastado, com poucas saídas,  a miragem de águas frescas e  mansas se tornou impossível de ser vivida. Um grito de socorro queria ser  liberto, porém o medo de encontrar  as feras do deserto o intimidaram.  A salvação estava acima dele, nos lábios da dama de vestes brandas  escorrendo como lágrimas pelas areias ferventes. Lábios desenhados pelo tempo e  delineados com suavidade para ilustrar o cenário inabitável. O aroma exótico encantou as narinas  sedentas por misericórdia e encheu  de esperança aqueles olhos famintos. A dama levitou pelo desespero e  enfeitiçou com bom afeto o necessitado.  Sentiu-se feliz, mesmo quase morto pela perdição. Desabou na camada impetuosa e  seus membros se transformaram em rachaduras. As belas

Amor carnal x Amor poético

Amor poético... inspira. Amor carnal... consome. Amor poético... ama. Amor carnal... apenas ama. Amor poético... dura. Amor carnal... acaba. Amor poético... cura. Amor carnal... destrói. Amor poético... interage Amor carnal...apenas junta Amor poético...esclarece  Amor carnal...aliena Amor poético...cria marcas Amor carnal... cicatrizes Amor poético...modifica Amor carnal... se desfaz. Amor poético... é poesia. Amor carnal... é simples rima Amor poético... é sensatez Amor carnal... altivez. Amor poético... é forte Amor carnal... prepotente Amor poético... leva ao céu Amor carnal... entorpece Amor poético...se renova Amor carnal... se copia Amor poético... é obra-prima. Amor carnal... indigente. Amor poético... nenhuma riqueza é maior. Amor carnal... se compra.
O poeta fala, a caneta escreve. O leitor lê, mas nem sempre quer ler o que o poeta pensa. O poeta fala de loucura. Uma loucura que caminha junto com a sanidade. Fala de amor misturado com o ódio. Compara o calor da paixão com o frio das geleiras. É rude e carinhoso; estúpido e modesto; sol e chuva. Haja papel para tantas antíteses !
- Oi, boa tarde. - Oi - Tudo bem? ´´ Sem  resposta ` - Me empresta seu isqueiro? - Mas... eu não fumo. - É, eu também não. - Então, por que me pediu um isqueiro? - Sei lá.. Puxar assunto. ´´ Silêncio `` - O que faz sentada aqui? - Estou sentada. E você? O que faz ai de pé? - Não sei, estou de pé. Isso foi um convite? - Convite? Como assim? - Um convite para eu sentar ao seu lado. ´´ Mais um breve silêncio `` - E o que mais? - Que mais o que? - O que mais tem ai guardado, além desse lindo olhar. Um sorriso? - Isso é sério? - Sim, não pareço sério? - Talvez. Não me interessa. - Qual seu nome? - Jogo duro. E o seu? - Cara de pau.