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Mostrando postagens de julho, 2014

Por que?

      Vieste a mim quando em nada pensava. Quando tudo era mera mesmice. A ilusões gorjeavam felizes e eu apenas tentava respirar. Quando meus lábios estavam sedentos e meus ouvidos famintos. Teu beijo e tuas palavras: desejo incondicional. Saciaste-me, alegraste-me e me enlouqueces-te. A sanidade saiu pela porta, junto contigo, e o adeus corrosivo atingiu-me como uma pedrada na cabeça.       Agora, eu sento, paro e pergunto:- Por que?

Te dei

De todo o coração te dei: O verso que canta, roda, planta e colhe o fruto que quer. Que acena e que chora, que abraça e espanca; cai e levanta e dorme no pó. Que do bem para o mau, que do céu para o mar vai além das paradas e de tão pouca fé. Que querendo as manhãs, deixa o sonho de fora, dá ao amigo estrangeiro uma bela mulher. De todo o coração  te dei.
      A sensação é simples. Os olhos abrem, o frio incomoda, mas o sol gélido já raiou. Despertas tu e eu, pois a sombra do desconhecido já se conheceu. Sob a pressa: ela é a mesma. Em qualquer canto é uma centopeia com mais pernas. O olhar arrepiado, corriqueiro e pontual. É hora de andar e correr se assim for preciso. A madrugada triste trouxe lágrimas, porém lágrimas salgaram também o sorriso que alcançou a solidão. E se tarde já estiver, e as horas não fizerem uma parada, o jeito é trocar o enfado pelo Fado, cantar e esperar.

Outono

''As folhas caem do céu para o chão. As folhas do outono, da nova estação, a que chega sorrindo e abre seu coração.''
Como é grande o mar que limpa tua alma e faz lúcido o verbo doar. Em primeira conjugação, trazendo de volta o majestoso lembrar, pois lembrar é preciso e doar não é trocar. Como é sublime o céu, com nuvens de papel. Que o vento traz a paz e faz a corsa correr. O impetuoso se vai e o calor de seus sonhos faz o dia nascer.  O outono chegou e as folhas que caem, fazem a solidão morrer. Como é sorridente o sorrir. Faz as flores cantarem e o medo partir. O falso ardor acabar, e as chamas da paixão só queimarem a ti. O pardal cantante, que vibra o instante, brinda o eterno, aos amantes daqui.

Rainha formosa

''Saudade daquele cheiro de mar, do fim da tarde, do sol escaldante, do calor ameno, do tempo passando, da areia fofa, do céu estrelado, do vento ventado do sorriso malandro, do barco boiando, dos peixes nadando, do verso pra rosa, do poeta e a prosa, do castelo de areia e de sua rainha formosa.''

CHORO ESTRIDENTE E CAFÉ SEM AÇÚCAR

      Doze horas de voo intermináveis. Pouco espaço para pernas tão compridas. No balançar de algumas turbulências sobrevivi. Meu tédio. Minhas horas vazias, que passaram sendo sentidas por mim. Os segundos contados, em um horário diferente. Fiz minha revolução audiovisual: quatro filmes de longa duração, mas o tempo de viagem parecia nem se mexer.       O avião atravessou a noite. Impressão de frio...muito frio lá fora, sensação de calor la dentro. Calor humano, na certa. Um almoço estranho. Comida estranha, com bebida estranha e aeromoça estranha. Meus olhares estavam começando a ficar blindados, para tentar esquecer tudo aquilo. Não quis me irritar, mas jurei que se tivesse um paraquedas, certamente me jogaria do Lufthansa. Pernas dormentes, lombar em pedaços, então, com certeza, precisaria de uma cadeira de rodas para chegar até a porta e me jogar, rumo à terra firme. Em meio a tudo isso, Coffe... tea?       - Quero um café, mas faço questão de ir lá embaixo buscar, pe

Nobre engano

O que pensar sobre aquele momento? Descendo as colinas ele foi. Nobre guerreiro, belo momento. Via de si as lágrimas saírem e evaporarem com o vento. Quanto mais corria, mais longe estava. O vazio aumentou, porém sua descida só prolongava.  Com a respiração ofegante, sentia sem cessar o peso em seus ombros. O peso bruto do real, da espada e da solidão. Atormentado pelos deuses, ele viu sua calma ser trocada por angústia. Em um piscar de olhos, as feras o cercaram. Em um piscar de sua lâmina, as feras pelo chão ficaram. Bravo herói! Daqueles de se orgulhar. Bravura curta perante o que existia, pois sem sua paixão, se rendeu a covardia. O pavor o alucinava, porém de longe lhe dava o que faltava. A donzela, não existia, e ao descer pelas colinas, o guerreiro perante o céu morria.
Quando me quiser... liberte-se.   Sou o vento que corre os trópicos e refresca os sonhos. As voltas dos ponteiros serão incontáveis, transformando o tempo em grãos de areia. Quando me quiser, vivo ou morto; nu ou vestido; de frente ou de costas para o mar, cante aquela canção. Sinta não por sentir, mas porque teu vazio me quer e os espasmos de sua fera ferida não conseguem vencer a sede do teu coração.

Prometo não me importar

Prometo não me importar... se o sol não raiar se a noite sangrar se o mar não cantar se o vento não soprar  Prometo não me importar... com a manhã que não chega a noite que não se dissipa o mar que dormiu o vento que emudeceu Prometo não me importar, e assim somente guiar-me ao sol que tens em ti, a noite que chora eu teu sorrir, ao mar de sonhos de teu olhar e ao vento que estremece meu ser ao falar Prometo não me importar

Muito mais do que isso

Pele morena,  serena,  querendo, suando,  molhando,  falando,  tocando,  raiando,  ditando,  guiando,  tirando,  mostrando. É mais do que isso.  Bem mais do que uma definição de ser ou estar.  É o desejo incalculável,  contido,  feroz,  a vontade que mata,  devasta,  desmata,  deságua. É mais do que isso.  Teu senso,  imenso,  complexo,  eterno,  voraz,  meu alento.  Aonde encontro,  me perco,  te beijo e esqueço,  pois amanhã será feito tudo novamente. Na verdade, é mais do que isso!
CARTA PARA A MADRUGADA BEIRANDO O ABISMO Se as horas passarem e levarem tudo que guardo de ti. Digo sem medo e com toda a certeza que, de que tudo, o melhor foi você. Estar contigo, colher o doce sorriso, o afago, o carinho e a mão amiga que acalentou e excitou minhas metáforas. Nossas horas, nosso tempo, vento, teto, fundo, distúrbio absoluto que na certa não será explicado nem esquecido. Ainda assim, se o tempo fechar e as ondas do seu coração se agitarem e mudarem o ritmo de meus passos, irei preferir não nadar contra a correnteza e deixar-me ser levado para perto de suas águas. Venderei o barco de papel para meus sentimentos fugirem, me apresentando a ti, completamente vazio, para que moldes novamente com o tênue sorrir, o próspero falar e o delicado andar.
Não prometo-lhe o mundo, pois já o tens no tom que mais gostas. Trago meus versos, pois mesmo já os tendo em demasia, é o melhor lugar para eu estar. Trago as cantigas dos amores que se foram, pois o amor nunca morre. Em mim, trago o afago, o apreço, o vento sincero que constipa-te de prazer. Pra você guardei o mar, o céu e as estrelas, só para que possas enchê-los com sua presença.

Folha seca

Procurando uma direção,  rumo,  sentido,  prumo certo longe da perfeição. Folha solta,  seca,  manca,  tola ao tentar ser verde outra vez. Seu relento,  porto-seguro,  manhã serena, tarde angelical,  noite sem fim. Sou tua árvore, volte pra mim!

Homem- Mulher

Republicação: Mulher:  - Leva-me ao recanto dos seus versos, onde vivo sem saber.  Homem:  -Traga-me seu sorriso e sua paixão, para que eu possa colorir a essência de nosso viver.  Mulher:  - Inunde meus ouvidos com suas estrofes e faça meu coração bater por você.  Homem:  - Quero ser teu maestro, transformando seus passos em notas musicais. Quero dar-te minha noite com o brilho das estrelas.  Mulher:  - Onde estava quando o procurei? Não há erros em nosso amor. O que houve foi apenas um desencontro.  Homem:  - Confesso... tentei viver sem você , mas é de ti que sai o fôlego para eu respirar. Não nego, pois tive medo de prender-me aos teus encantos.  Mulher:  - Sou mulher e não uma feiticeira. Afirmo-te que, o único encanto existente é o meu imensurável amor por você.
O amor não faz vítimas. Ele cria novas almas!

AusÊncia

Na sua ausência... Não há explicação. Fujo, me escondo, replico, morro e esqueço. O que há para ser dito, não digo. O que há para ser feito, não faço. Na sua ausência... Estou ausente de tudo. Na sua ausência... Não existo!
Beija-me devagar, para que meus lábios sintam a vida. Beija-me lentamente, para que o seu perfume inunde meu ser. Beija-me com toda a calma, para que meu coração queira mais e minha alma incendeie nossos corpos. Beija-me com teu beijo. Sorria e cante a velha canção. Beija-me devagar para que eu acorde de meu abismo, e me lembre como é morrer de amor.
Um murro no queixo um apelo de sorte uma marretada seca na boca que come e naquela que libera o papo furado A faca cega diante dos olhos O corte incerto nos grãos de um tijolo Aonde vais? Queres saber de onde venho? Pergunte ao queixo e a boca. Quem sou eu? Um beijo apaixonado.
Não minta, nem se a mentira: lhe render uma verdade, acabar com a saudade, levar a pouca idade, for maior que a verdade.
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