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Mostrando postagens de maio, 2014

Canto de penas

O lacaio se arrebenta batendo as asas. Larápio, estrábico, folgado galáctico,  que se joga no poleiro cor de mel. Verso de penas verdes, abrindo e fechando como um olho. Um olhar sábio, imensurável como o canto de um papagaio.
Procurei terra firme e um pouco de paz. Fui ao firme brinde dos timbres da constelação sem esperança de um apreço solitário, querendo íntima sensação de um coração triste.
Desconfio estar errado quanto ao meu jeito de pensar. Vejo asas, liberdade, porém vivo na saudade, esperando um fulgor em brasa.
E que pelo simples prazer de sentir prazer as horas passem como um suspiro, mas os momentos sejam claros como uma vida.

Duvidas

Duvidas de minha verdade. Duvidas  por mentir ou por minhas mentiras? Duvidas que algo de bom possa existir em minhas entranhas. Duvidas por não se amar ou minhas entranhas fedem? Duvidas que voltarei. Duvidas pelo fato de sua ida ou por eu nunca ter voltado? Duvidas que tens dúvidas. Duvidas por não saber ou eu não sei? Duvidas do tênue Amor. Duvidas por não o amar ou por ter esquecido de como te amei?
''Quando o céu de outono não te provocar mais o mesmo rosa no olhar, e o coração não disparar com o vento salgado trazido pelo mar. As ondas quebrando virarem noites intocáveis e as estrelas morrerem de rir da própria solidão. Quando nada mais importar, apenas importe-se com o que para ti é importante.''

Ayer

Ontem eu chorei. Confesso... não há motivo para negar. As lágrimas rolaram incertas, pesadas e cheias de mim. Caminhei por horas querendo parar, porém as lágrimas pareciam uma ferida aberta, que sangra sem controle. Apenas chorar, não. Chorei, sentindo cada lapso. Cada fulgor do terremoto sentido por minha alma. Choto quente e plausível. Do amanhecer invisível até o lúdico anoitecer. Ontem eu chorei.

Numa rua qualquer

Paro Viro Reviro Penso Falo Calo Esqueço Brindo Bebo Engulo Pisco Olho Rio Sento Levanto Piso Almejo Ataco Defendo Faço muitos verbos existirem, porém continuo no mesmo lugar.
Quem te trará a paz? O branco alvo... Aquela que nunca morre. De frente para o mar, com ou sem bravias ondas. Quem te trará paz? Quem será o ponto certo do seu olhar. O repouso e a semelhança. Aquele de sempre... O amigo... Inundou o seu vazio,  tornando-se conhecido. O adeus das costas e as costas... solidão. Quem te trará a paz? O sol da manhã? O ofuscar da tarde? O breu da noite? Quem te trará paz, sem o poeta orquestrante da vida. Sem as palavras do amor e o brilho tênue enlouquecedor. Quem será tua paz, poesia, sem a inspiração que somente o poeta tinha?
Se dizes que estás bem longe de minha presença, e que seus dias nascem e terminam como antes, vá, siga como estás. Porém, afirmo-te, com os céus, tendo os astros como testemunhas, que minha vida perdeu a cor e a vitalidade. Distante o suficiente para me perder e se rumo vagar pelo Ades, grito com os dentes trincados, como um cachorro babento e feroz por socorro. A areia da praia, a brisa e o mar. O céu de outono, o vasto abismo daquele olhar. Sem rumo, me afogo sem chances de vida. Tudo perde o sentido. Fico cego juntamente com a escuridão. Tu és minha candeia. Fonte de luz eterna. Porém, longe como estas apenas se parece como uma estrela, que se enxerga, contudo não se sente a sensação de calor. O frio me consome. Minha pele arranquei e vendi ao barqueiro para me levar ao Partenon sagrado. Humilde servo me faço.  De joelhos e com os pés amarrados. Crueldade é vagar sem luz e sem deixar pegadas. As marcas dos açoites trago comigo,
As palavras vão c                           a                             i                               n                                  d                                     o Saindo Entrando em ti. Aprisionas nas grades do seu querer. Mais de mim em ti, e assim sorria com a  metáfora que preferir. Palavras soltas... sem som, sendo cantadas pela voz dos eu coração.

Quem dera, né?

Quem dera fosse seu reflexo com asas. Quem dera poder estar alto,  quando fosse pisar o chão desse mundo. Lá do alto, longe da poeira levantada,  observando e só observando seu olhar, como na primeira vez.
Pasmo perante a própria bravura. Delinquente perante meus próprios atos. Acredito merecer tais sentimentos, pois é o preço pago e sofrido por poder contemplar tamanha formosura.
Se nos abismos da sua cama sentires que tua vida vale menos do que pensas, e o terror de estar sucumbindo tiver força relevante o bastante para que teu grito seja comprimido, agarre com as mesmas mãos que agarraram minha pele naquela noite e se prenda, pois nenhum abismo pode vencer ou matar o labirinto de suas lembranças.

Só agora

Aonde andaste com esse olhar? E por que o som da sua voz somente agora atravessou meu peito? Teus passos marcaram minha sombra, e o sol do meio dia se pôs só  para te ver andar. Mas, porque só agora? Se de mim fugiste a vida inteira, e hoje apaixonaste meu coração, que toda essa cor que trazes em seu sorrir continue a pintar a jovem alma deste velho sonhador, pois gotas cansei de colecionar, porém sua presença, mesmo que tarde veio para me encantar.

Sensuinha

Respiração ofegante. Contida. Liberte-se. Deixe-se ser possuída. Mãos inquietas. Dedos falando. Boca quente. Um suspiro. Demorou, mas agora és minha.

02/05/2014

De fato, Amar é difícil. Complexo. Fora do comum. E nadar no seco e contra a maré. Colher flores e jogá-las ao vento. Morder o osso. Sentir dor e prazer. De fato, Amar é mais do que amar.  É a carne trêmula. É doar... é doar.
Caro amor,  se essas palavras chegarem até o senhor. lembre-se: Meu coração não é uma privada para receber suas cuspidas!

A alma fala

Se a poesia ainda for tudo que o poeta quer dizer,  não somente versos delineados,  que traduzem paixão, a tenha como primícias,  guardando-a como o último suspiro Deite nas linhas e se coloque como inspiração que és,  pois o poeta dessa vez está mudo,  porém sua alma fala todo o tempo.