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Rosa dos ventos

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Como a rosa dos ventos , assim também sou eu , te buscando em muitas direções. A tarde vem certa , que a manhã já passou , ignorando as lamúrias , que o tempo deixou. No horizonte ao sul , eu olho maroto e do norte ao leste , meu olhar é risonho. Confundo as estações , as horas , o dia e a noite  , mas os ventos alísios de uma tarde qualquer , sempre me trazem você de outra dimensão , acabando de vez com minha confusão. *Imagem retirada do google!

Mel

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Dos teus lábios escorre o doce mel , que me sacia e restaura. Suas palavras , doces como tal transbordam os meus ouvidos , que nada mais são que potes de barro virgens , ainda não modelados pelo oleiro. De um entra e sai constante e viciante , elas me comovem , um segundo por vez. Sendo assim , não é fácil controlar-me , nem difícil ser dominado pelo resultado da junção de tua inspiração, com suas cordas vocais e tua língua , que como lã poli diariamente o meu escutar.

Mel

Dos

Pulsar verdejante

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O sol , claro que eu vi. Senti o calor , o doce fervor , falei de amor. Pulsa em minhas veias o aroma silvestre das flores e frutos , que ele vem acariciar. Os raios prudentes vivificam as raízes  , mistificam os narizes , que respiram aliviados. Cambaleiam sem medo de cair , correndo por aí , ofegantes e agradecidos. Da natureza , se retiram os primeiros versos e do mundo escuro , os primeiros erros. Dos versos se tira o amor e dos erros , os aprendizados. Pulsa forte o coração  , alimenta , dá vida , inspira em um só verdejar. Em campos cheios de êxtase e crenças infantis , pode a vítima de um pulsar verdejante finalmente morar.

A dama

Viestes a mim sedenta e faminta. Olhastes o sol , querendo dizer: - Mata minha sede e dá-me de comer.   O bravo perdeu , o herói se rendeu   e o cruel ficou bom ao te conhecer. Trouxe a mim seu olhar brilhante no céu , jogou forte ao mar , a púrpura e seu véu .

Na chegada

Quando eu chegar em casa , depois de um dia inteiro de trabalho denso , molhado e macabro , espero que estejas ai , sentada no sofá de camurça barata , mas que sustenta nossa paixão.   Que não te perturbes a minha volúpia e dificuldade para abrir a porta , e deixar para depois o peso que tiver trazido em meus ombros.   Que estejas ainda , lendo os meus versos , e tentando decifrar meu coração. Além disso , espero que não te clausures ao tentar e encaixar no corpo da loira , morena e ruiva , que tanto descrevo nas estrofes.   Na verdade ,   te vejo de segunda a segunda , como a mulher de muitos tons, gostos , cheiros e sentimentos. Não te traio com um caminho sem volta , achado em outra saia. Te traio sim , com você mesma. Que os teus cabelos ainda estejam molhados exalando o aroma da frutas que comemos ao amanhecer sublime ,mais forte que a noite. Na noite nos amamos , mas na manhã , brindamos com o sereno nas folhas do jardim. Pens...

A presença do surreal

Não soa com exatidão constante , nem destreza que se considere relevante. Ao caos se entrega e adquiri frio de espírito. O andar cambaleante da razão passa a ser intenso. Se apoia nas paredes vazias dos abismos que chegam ao fechar os olhos. As mãos se entrelaçam tremendo de pânico, e o real se dobra ao tormento de não mais existir. O respirar sobrevivente é trocado pelo ofegante , e a omissão da razão inocentada ganhou o escuro submerso. Aqui , nada mais é real , nada mais é concreto. O estranho é hoje o adjetivo de satisfação e o perverso só pode sentar e rir.