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O verbo

O verbo é de carne e osso. Respira , adormece com a lua e desperta com o sol. Se empolga com as ondas do mar e se perfuma com o aroma das sereias. Vem de algum lugar , sobrevivente do rancor e ganância de outros verbos. Dorme , se balançando em uma rede de linho sedoso. O verbo canta , se alegra e chora. Se arrepende e se orgulha , mas não de si , pois seu orgulho não é mais forte que sua serenidade. Não macula verbetes nem maltrata a esperança. Não é insano , mas arde em muitas respirações. Conjuga maestria em primeira pessoa e intensifica a arte de pensar dos que o querem em seus pensamentos. O verbo clama por existir sob o domínio do mal. Quem és tu ,oh verbo? - Sou a rosa que brilha no escuro e a luz que acende o fulgor e a honra. Sou a força que faz viver ,  alegria que restaura o padecer. Sou aplauso que acorda a virtude , sou astro ,estrela...sou fértil...Sou Amor!

Voe

Voe livre amor , para o encontro das almas que o querem ao amanhecer. Voe alto amor, para a presença dos que querem amar vendo a tarde chegar. Voe longe amor , para os que nascem para tê-lo , vendo a noite chegar. Voe como quiser amor , para  o amanhecer de uma bela  tarde  , que antecede uma noite suave e torne-se eterno por todo o dia.

Carioca

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                Carioca já nasce com samba no pé.      Sujeito malandro e com lábia perfeita      consegue sempre o que quer.      Carioca é desde cedo com pipa na mão ,      gingado com a bola do mané das pernas      tortas , que quase virou rei.      Este não era carioca , mas no Rio fez fila,      jogando no Fogão. Time grande com estrela      guerreira , que pôs muitos na Seleção.      Carioca sonha com o cristo , que muitos já      encantou. Tem no quintal o pão de açúcar e na      mesa o pão do Sr.João.      Carioca desce e sobe sem reclamar. É dono de si      e cria seu ritmo sem duvidar. É gente como toda      gente que usa a boca para fal...

Lágrimas pelo que vejo

       É pesaroso ver o verde se tornar cinzas. É cruel ver as lágrimas fazerem os rios transbordarem , como se fossem meros baldes de plástico barato. Sentir o odor do ódio queimando o que tinha como patrimônio causa ânsia e ranger de dentes. Amargura e rompe o peito movido por um coração decepcionado. É mortífero ver as terras se tornando lugares vulgares e sem felicidade. A terra que já abrigou sem cobrar nada , passos firmes e repletos de prazer. Um prazer não carnal , mas sim de bem estar. O roxo , que era sinônimo de fertilidade , hoje é dessa forma pelas agressões e espancamentos que sofrem a casa segundo. Simplesmente abaixar a cabeça perante essa impiedosa atitude não representa subordinação e respeito , mas sim inércia e descaso do pensamento , desprovidos de atitudes sábias e que fazem grande diferença. A chuva não é uma mera reação da natureza. Ela representa o choro angustiado das nuvens do céu ao verem o caos que se expande diariamente. O negro das ...

Meu mundo sem você

Pranteei por sua falta. Aonde estou agora? Vejo sombras , solidão e meu pavor. Aconteceu! Sua presença não vejo mais e seu perfume foi trocado pelo odor das tumbas apodrecidas. É triste pensar no que se foi. O passado é obscuro agora. Meu futuro talvez não seja tão empolgante. A fumaça de seus passos sumindo sufoca meu coração , que bate não mais feliz , mas arde pensando em ti.

Declaração de Outubro

* Para meu amor... presente dos céus para mim! Canto simples , lua bela , sol maior. Dedilhar firme pelas cordas de nylon e vibrar constante da voz cheia de amor. Ao céu declaro , para as estrelas como posso. A melodia não é minha , mas garanto? Garanto pouco , pois pelo que sei , ela já estava nas mãos de Deus , assim como você. Roubastes meu coração indefeso e petrificado , e agora canto para nossa paixão. Meu barco afundou , porém com suas vestes me levantei para a costa. A maresia te iluminou no sol forte daquele dia. Uma maré forte trouxestes no olhar e um rochedo de sonhos em seu falar. O mistério da esperança , de sorrir e correr aí. Escondo de mim teu passado , porque nele eu não morei.

Canção de Outubro

Já quase chegou ao fim os dias comuns do Dr. Outubro. Um coração chora em silêncio pela quase partida de mais um ano. Se foi doce , a aurora é que diz , pois ela foi regida pelos favos dos raios do sol ameno. Prossigam os dias em fila ou misturados. Deixem alegria e o cheiro do mato molhado. A chuva que quase não se viu , espero que cai devagar e respeite os ´´Outubrianos`` de plantão. Caia como a garoa e não como a tempestade ,para que assim , todos possam ver o novo mês que está para chegar.