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Canto de penas

O lacaio se arrebenta batendo as asas. Larápio, estrábico, folgado galáctico,  que se joga no poleiro cor de mel. Verso de penas verdes, abrindo e fechando como um olho. Um olhar sábio, imensurável como o canto de um papagaio.
Procurei terra firme e um pouco de paz. Fui ao firme brinde dos timbres da constelação sem esperança de um apreço solitário, querendo íntima sensação de um coração triste.
Desconfio estar errado quanto ao meu jeito de pensar. Vejo asas, liberdade, porém vivo na saudade, esperando um fulgor em brasa.
E que pelo simples prazer de sentir prazer as horas passem como um suspiro, mas os momentos sejam claros como uma vida.

Duvidas

Duvidas de minha verdade. Duvidas  por mentir ou por minhas mentiras? Duvidas que algo de bom possa existir em minhas entranhas. Duvidas por não se amar ou minhas entranhas fedem? Duvidas que voltarei. Duvidas pelo fato de sua ida ou por eu nunca ter voltado? Duvidas que tens dúvidas. Duvidas por não saber ou eu não sei? Duvidas do tênue Amor. Duvidas por não o amar ou por ter esquecido de como te amei?
''Quando o céu de outono não te provocar mais o mesmo rosa no olhar, e o coração não disparar com o vento salgado trazido pelo mar. As ondas quebrando virarem noites intocáveis e as estrelas morrerem de rir da própria solidão. Quando nada mais importar, apenas importe-se com o que para ti é importante.''

Ayer

Ontem eu chorei. Confesso... não há motivo para negar. As lágrimas rolaram incertas, pesadas e cheias de mim. Caminhei por horas querendo parar, porém as lágrimas pareciam uma ferida aberta, que sangra sem controle. Apenas chorar, não. Chorei, sentindo cada lapso. Cada fulgor do terremoto sentido por minha alma. Choto quente e plausível. Do amanhecer invisível até o lúdico anoitecer. Ontem eu chorei.