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Vem chegando a manhã

O coração bate com o gosto amargo da solidão que assola sob a lua sem muito significado, sem a mesma razão de antes. Antes fosse a noite passada, onde o fulgor indagou a paixão e fez o sol clarear antes de sua tão esperada hora. Noite sem vida é somente escuridão. Não existem metáforas para as estrelas e o sorriso está ausente, carente e sem forma. Em sua pele passeiam as lembranças, as cores e o esplendor, porém passeiam em terra seca, pois sem vida a pele está a esperar. A vontade de ser novamente passou cavalgando  como um vulto, um colapso ainda tênue, indo para longe e deixando o rastro da saudade. Porém em meio a todo esse transtorno um som foi propagado nas longas sinestesias que flutuavam por ali. Alguém disse que ela estava quebrando as nuvens, rompendo angústias, solidões e chegando. A estrela maior que trouxe a vida: a manhã. No dissipar das lágrimas, no crescer da esperança e do voltar a bater do coração que tanto amor sustenta, contudo precisa ser amado. A vel...
Se tudo foi uma simples coincidência... esbarrão do destino... acidente... algo inevitável... o certo contra o errado... um lapso de desejo ao te ver sorrir... que seja... aconteça... se mostre... fale e nunca se cale... estremeça... Se tudo foi uma simples coincidência... quero me jogar com a alma presa ao meus versos para sermos o maior acidente!
Foi com fome, sede, volúpia, desejo, angústia, febre e ardor. Foi com sede e loucura.  Loucura... E foi assim depois que ela partiu!
Aquele olhar invadiu a alma por inteiro, quebrando as grades da solidão. O peito em festa indaga a canção e a inspiração, batendo... espancando a tal solidão.
As lágrimas deixaram de ser favos salgados de minha inspiração e tornaram-se rios que levam e trazem a solidão ao rirem sem pudor. Houve um tempo em que a poesia era o afago levado por palavras, porém agora é a soma das correntezas de ilusões sempre a afogar. A soma das palavras és tu, poesia, mas a soma da poesia... resulta na alma.
Das tuas vestes vibra o perfume que acalenta a alma sedenta. De seu olhar sai o brilho que atinge o horizonte longínquo, dando calmaria para as almas em tormenta. De teus lábios escorre o doce mel, a inspiração dos céus e da terra, como a chuva a encher ligeira ou vagarosamente os rios que levam minha alma ao contemplamento de sua presença, oh Poesia.

Ao dia da Mulher

D=ourado é seu andar e reluzente seu sorrir. I=ncomoda a solidão que o poeta diz precisar para se inspirar. Na verdade, a alma repleta de cores pintando a todo o momento o amor é mais profunda que qualquer grito no silêncio. A=o cair da tarde, inundas com o brilho de seu olhar, iluminando a escura chegada da noite. I=mporta-se com as estrelas, e por isso as ajeitas com suas mãos tão suaves quanto a brisa de outono. N=os seus olhos encontram-se paz e ardor, que beijam a paixão, fazendo nascer o amor. T=raga suas palavras para os ouvidos E=ntediados e carentes daqueles que pensam já terem ouvido de tudo. R=aia o sol e aquece a terra quando em um piscar teu acabas com a  N=ebulosidade amarga e fria das nuvens  que A=ndam sem rumo como uma alma embriagada. C=rescestes como árvore e tocaste o céu como uma águia, I=nventando um canto a cada alvorada O=u revoada que passa gorjeando um soneto, antes N=arrado pelos amores de uma tarde qualquer, esculpida e A=paixonada pel...