Doze horas de voo intermináveis. Pouco espaço para pernas tão compridas. No balançar de algumas turbulências sobrevivi. Meu tédio. Minhas horas vazias, que passaram sendo sentidas por mim. Os segundos contados, em um horário diferente. Fiz minha revolução audiovisual: quatro filmes de longa duração, mas o tempo de viagem parecia nem se mexer. O avião atravessou a noite. Impressão de frio...muito frio lá fora, sensação de calor la dentro. Calor humano, na certa. Um almoço estranho. Comida estranha, com bebida estranha e aeromoça estranha. Meus olhares estavam começando a ficar blindados, para tentar esquecer tudo aquilo. Não quis me irritar, mas jurei que se tivesse um paraquedas, certamente me jogaria do Lufthansa. Pernas dormentes, lombar em pedaços, então, com certeza, precisaria de uma cadeira de rodas para chegar até a porta e me jogar, rumo à terra firme. Em meio a tudo isso, Coffe... tea? - Quero um café, ...