O contador de histórias,publicado nos contos de outono da cbje

Diariamente, ao despertar da grande rua,lá estava ele.Sentado,limpando o velho chapéu ou penteando o fino bigode.
Antes mesmo do sol se firmar por completo ele já estava cercado por pombos que se alimentavam das migalhas que ele lançava ao chão e pelas crianças que eram saciadas por suas palavras.
Para os pais que não o conheciam, ficavam intrigados e querendo saber qual era o segredo para fazer as crianças esquecerem por alguns momentos as tão famosas brincadeiras e ficarem presas a sua voz.
Chamava atenção de longe por seus traços rudes e antigas roupas. Mantinha sempre a personalidade,sempre quieto e dando a impressão de estar todo tempo pensando.
Com certeza não era isto que atraía as crianças e sim o que ele tinha diariamente de diferente para contar,algo entre a magnitude da magia de suas histórias ou a forma de as passar.
Passavam horas,esqueciam da vida e pareciam com ela não se importar.Ao final de cada fala ele agradecia aos céus como se um propósito tivesse cumprido.
No final de cada tarde quando o fraco sol anunciava que a noite logo chegaria,ele se levantava,e num movimento sutil e delicado se despedia prometendo na aurora voltar para fazer de novo as novas mentes sonharem.
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